Procuradora Eloisa Helena Machado é homenageada no talk show TRE: Mulher e Cidadania

Única mulher atuando perante uma corte composta por sete magistrados, procuradora foi servidora concursada da Justiça Eleitoral antes de ingressar no Ministério Público Federal

Dra. Eloisa: a fiscal do processo eleitoral

Única mulher atuando perante uma corte composta por sete magistrados, a doutora Eloisa Helena Machado retornou em 2017 como procuradora ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), onde já havia trabalhado como servidora. No plenário desta casa, foi autora de diversos pedidos de impugnações de registro de candidatura e de mandato eletivo, além de uma incansável defensora da credibilidade da Justiça Eleitoral no cenário conturbado das últimas eleições.

Assim, ela é, junto com a desembargadora Regina Helena Afonso de Oliveira Portes, única mulher a presidir esta instituição, a homenageada na primeira edição do evento TRE: Mulher e Cidadania, que acontecerá na próxima sexta-feira (8), Dia da Mulher. Confira, a seguir, a entrevista que ela concedeu sobre a participação feminina na fiscalização da lei e a conciliação da vida profissional e privada:

Como a senhora vê a participação feminina no Ministério Público brasileiro?

Eu acredito que venha acompanhando o que tem acontecido na sociedade de um modo geral. Hoje nós temos a primeira procuradora-geral da República, doutora Raquel Dodge. É um espaço que a mulher vem conquistando desde o início do voto feminino. Hoje estamos em quase 40% dos membros. Falta pouco para ser 50% e 50%. Estamos conquistando espaços nessa sociedade, que ainda é coordenada pelo sexo masculino.

Existe diferença na atuação de mulheres e homens no MP?

Sim, há uma diferença de uma atuação para outra, mas não é apenas por uma questão de gênero. É uma questão de visão de mundo. Cada um carrega dentro de si aquilo que aprendeu, o histórico familiar. Não tem como dizer que mulheres e homens tenham exatamente a mesma percepção de sociedade e do mundo do trabalho. No entanto, pode acontecer de um homem ser até mais sensível – se ele foi abandonado pelo pai, se a mãe foi a sua provedora – a respeito de certo problema na sociedade do que uma mulher que nunca passou por isso.

 

“Estamos conquistando espaços nessa sociedade, que ainda é coordenada pelo sexo masculino.”

 

A carreira de procurador influencia de modo diferente a vida privada de homens e mulheres?

A divisão de tarefas domésticas ainda é uma utopia. A mulher ainda tem muito mais encargos dentro de casa, com a família, tem segundo e terceiro turnos. Atuando em um órgão como o eleitoral, a família acaba sendo um pouco prejudicada no período das eleições, em que nosso expediente se estende muito e interrompe a nossa rotina. Para os homens acho que a parte profissional fica um pouco mais fácil. Acho que ainda vai demorar para termos uma igualdade na divisão de tarefas dentro de casa.

Como foi a experiência de voltar para a Justiça Eleitoral como procuradora regional eleitoral?

É um mundo bastante masculino, tanto que a corte é composta por sete homens. Atualmente temos uma juíza auxiliar, a doutora Graciane (Lemos), mas é essencialmente uma composição masculina. De todo modo, fui muito bem recebida e respeitada, não senti nenhum tipo de preconceito ou questionamento.

 

“A divisão de tarefas domésticas ainda é uma utopia.”

 

Quais foram as principais ações com as quais a senhora esteve envolvida?

O período eleitoral é bastante conturbado. Foram alguns pedidos de impugnação de mandato eletivo, impugnações a registro de candidatura. A atuação do Ministério Público é muito ampla. Enquanto os processos são divididos entre seis juízes mais um presidente, cada um com o seu gabinete, o Ministério Público Eleitoral atua em todos.

A senhora também foi uma grande defensora da Justiça Eleitoral em um momento de duras críticas da sociedade com relação à votação eletrônica.

Isso talvez eu traga até do tempo em que era servidora aqui. Eu acredito realmente na questão das urnas. Uma auditoria inclusive comprovou que as urnas estavam incólumes, não houve violação, não houve fraude. Então esse foi o posicionamento do Ministério Público Eleitoral no Paraná, de apoio total ao tribunal, ao processo eleitoral e às urnas eletrônicas.

SERVIÇO

TRE: MULHER E CIDADANIA

Data: 8/3/2019

Hora: 17h

Local: Auditório do TRE-PR

Inscrições: de 27/2 a 8/3, em “O TRE”/ “Eventos TRE-PR”

 

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Abertas inscrições para o talk show TRE: Mulher e Cidadania

 

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