Transmissão das sessões da Corte do TRE-PR conta com interpretação simultânea em Libras
Nas Eleições, acessibilidade também será facilitada por coordenadores nos locais de votação no Paraná

Em julho deste ano, a transmissão das sessões da Corte e dos eventos oficiais do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) passou a contar com intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras). O uso da interpretação simultânea tem o objetivo proporcionar a tradução coerente e fidedigna das informações, ampliando o acesso aos serviços públicos oferecidos pela Justiça Eleitoral paranaense.
Para o doutor Rogério de Assis, juiz membro da Corte e presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (CPAI) do Tribunal, o intérprete de Libras atua como um canal comunicativo entre a pessoa com deficiência auditiva e o mundo. "Incluir o intérprete de Libras nas sessões de julgamento é proporcionar uma comunicação acessível para todos os cidadãos - com ou sem deficiência", explica.
Segundo o Portal de Estatísticas Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Paraná possui 5.722 eleitores com deficiência auditiva, sendo 436 em Maringá, 366 em Londrina, 278 em Curitiba, 190 em Cascavel e 90 em Ponta Grossa.
Como é o trabalho do intérprete?
O trabalho de interpretação simultânea é feito em equipe e exige muito estudo e pesquisa prévia do vocabulário, dos textos e dos tópicos que serão passados. "Quando fazemos uma tradução direta ou inversa, precisamos ter o conhecimento das duas línguas (português e Libras), o que demanda muita dedicação", conta a intérprete Bruna Garcia de Souza.
Geralmente, são necessários dois intérpretes por evento. O intérprete Kelwen Barbosa Fialho explica que, dependendo da duração, é necessária a substituição dos profissionais em atuação a cada 20 minutos, pois a atividade exige muito foco e do físico.
Formação
Para se tornar intérprete, existe o curso de bacharelado em Letras - Libras, que estuda o processo de tradução e a língua portuguesa. Um fator importante para a formação profissional do intérprete é o convívio com a comunidade surda para que haja o conhecimento dos conceitos. "O contato com essa cultura é importante para a obtenção dos parâmetros intralinguísticos e culturais necessários", explica Bruna.
Acessibilidade nas eleições
Nas Eleições 2020, no primeiro turno em 15 de novembro e, onde houver, no segundo turno em 29 de novembro, os locais de votação do Paraná contarão com o auxílio de um coordenador de acessibilidade, que vai trabalhar no atendimento ao público com deficiência ou com mobilidade reduzida. Essa é a primeira vez que haverá o auxílio de um coordenador de acessibilidade, que irá informar o cartório eleitoral sobre qualquer dificuldade ocorrida durante o processo de votação e ajudará na solução rápida e personalizada para cada situação.
Preferência para votar
Eleitores com mais de 60 anos, enfermos, pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, obesos, gestantes, lactantes, pessoas com crianças de colo e pessoas com transtornos do espectro autista, bem como os acompanhantes destes últimos, têm prioridade para votar, obedecida a ordem de chegada na fila de votação. Eleitores com mais de 80 anos têm prioridade sobre todos os demais. Além disso, Justiça Eleitoral reservou horário preferencial das 7h às 10h para pessoas acima de 60 anos, que integram grupo de risco ao Covid-19.
Números
Há 8,1 milhões de eleitores paranaenses aptos a ir às urnas para votar nos futuros prefeitos, vice-prefeitos e vereadores de 399 municípios. Segundo o Portal de Estatísticas do TSE, 80.901 eleitores registraram a existência de algum tipo de deficiência no cadastro eleitoral no Paraná, sendo 10.603 em Maringá, 7.802 em Curitiba, 3.877 em Londrina, 2.981 em Ponta Grossa e 1.707 em Cascavel. Nas Eleições 2018, havia 75.096 eleitores com deficiência registrada no cadastro eleitoral no Paraná.
Auxílio para votar
O eleitor com deficiência ou mobilidade reduzida, ao votar, pode ser auxiliado por pessoa de sua confiança. Cabe ao presidente da mesa receptora de votos verificar se é necessário o auxílio ao eleitor. A pessoa que o auxiliará deve identificar-se e não pode estar a serviço da Justiça Eleitoral, de partido ou de coligação.
Espectro autista
Eleitor com transtorno do espectro autista, bem como seu acompanhante, tem prioridade para votar, bastando informar essa condição a qualquer um dos mesários da seção eleitoral.
Deficiência visual
Para eleitores com deficiência visual, o mesário deve informar sobre o teclado em Braile, com a marca de identificação da tecla número 5, e sobre o sistema de áudio, disponível na urna, com fone de ouvido fornecido pela Justiça Eleitoral. Caso o eleitor não tenha informado previamente sua condição à Justiça Eleitoral, o presidente pode ativar o áudio da urna. O mesário também deve permitir o uso de instrumentos mecânicos para assinatura e votação.
Leia mais:
30.10 - Sessões da Corte podem ser acompanhadas ao vivo pelo canal do TRE-PR no YouTube
14.10 - Eleições 2020 terão novos recursos de acessibilidade no Paraná
13.07 - Sessões de julgamento do TRE-PR passam a ter intérprete de Libras
Texto: Laura Carlotto Borro
Foto: Victor Borges Machado
Tratamento de imagem: Victor Borges Machado
Revisão: Melissa Diniz Medroni
Coordenação: Rubiane Barros Barbosa Kreuz
CCS/TRE-PR
Siga-nos no Twitter, Instagram, SoundCloud e TikTok
Curta nossa página oficial no Facebook
Acompanhe nossas galerias de fotos no Flickr
Inscreva-se em nosso canal no YouTube

