Foram mais de três horas sem conseguir fazer contato. Não havia luz, nem torre de celular. A Comunidade do Rio Tigre, no interior de Laranjeiras do Sul, a quase 40 quilômetros da sede do cartório eleitoral, ficou isolada. Os acessos estavam interditados por árvores e postes caídos. A chuva intensa e os fortes ventos no dia anterior impossibilitaram a passagem pelas estradas. 

Era domingo do segundo turno da eleição, dia 30 de outubro. Após o encerramento do horário de votação, às 17h, o colaborador da Justiça Eleitoral do Paraná Alan Roberto Guedes Nunes, de 18 anos, ficou preso no local com a secretária de prédio e seu marido. Eles tentavam fazer a transmissão dos dados das urnas eletrônicas, quando faltou energia elétrica, o que impossibilitou a realização do procedimento.

Cerca de uma hora antes, o motorista responsável pelo seu transporte havia saído para buscar outra urna para a transmissão, por conta da longa distância entre as seções. No entanto, o mau tempo e as condições adversas fizeram com que ele não pudesse voltar. “Esperamos duas horas até que alguns moradores que passavam por lá de carro nos deram a notícia de que postes haviam caído e bloqueado a estrada”, relata Alan.

Eles perguntaram se o colaborador da Justiça Eleitoral queria uma carona para ver a situação da estrada. “Eu aceitei. Chegando lá havia quatro postes caídos e outros que estavam em volta também tinham risco de cair”, conta. Alan atravessou e, do outro lado, conversou com um motorista sobre a condição do local.

Mas ao voltar, as pessoas que haviam lhe dado carona já não estavam mais lá. Sozinho, o colaborador voltou caminhando até a seção eleitoral em meio a uma tempestade de raios e a escuridão da noite. Passou quase uma hora até ele encontrar um carro que pudesse o levar de volta em segurança. Antes disso, no entanto, pararam para resgatar outro veículo que ficou atolado ao tentar passar por um caminho alternativo.

Chegando à seção, Alan carregou um pouco a bateria do seu celular no carro da secretária de prédio e, ao conseguir sinal de telefone, entrou em contato com o chefe da 45ª ZE de Laranjeiras do Sul, Francisco Paulo Smitek Sobieray, que enviou um motorista para buscá-lo. “Como outras rotas para entrar no Rio Tigre estavam bloqueadas, tive que voltar ao local onde os postes haviam caído”, afirma. 

O resgate ocorreu por volta das 21h30. Depois disso, tudo correu bem. “Foi uma experiência e tanto, nunca tinha passado por algo parecido”, conta Alan, que estava atuando pela primeira vez em uma eleição. “Depois de tudo, foi legal ver que, apesar de todas as adversidades, no fim tudo deu certo”.

Texto: Carla Tortato
Revisão: Melissa Medroni
Foto: Arquivo pessoal
Tratamento de imagem: Elivelton Martins
Secretaria de Comunicação: Marden Machado
SECOM/TRE-PR
 

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