O Dia Mundial da Audição é comemorado nesta sexta-feira (03). O objetivo é conscientizar a população sobre a deficiência auditiva e os cuidados preventivos. Por isso, a campanha busca sensibilizar governos, parceiros da indústria e a sociedade civil a respeito do assunto.

De acordo com previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS), um quarto da população mundial (aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas) viverá com algum grau de perda auditiva em 2050. Sem as medidas de prevenção e tratamento, pelo menos 700 milhões de cidadãs e cidadãos irão precisar de cuidados e outros serviços de reabilitação.

História 

O servidor da Seção de Manutenção de Imóveis da Capital, Região Metropolitana e Litoral (SMICRE), do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), Nelson Mayer Koch tem perda bilateral de audição, ou seja, atinge os dois ouvidos. Trata-se de uma condição herdada geneticamente.

Aos 18 anos, Nelson constatou que estava perdendo a audição. Por volta dos 23 anos, ele procurou um médico em Campinas (SP), que atestou o problema e confirmou a necessidade de usar aparelho auditivo, que foi cedido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Muitas pessoas só percebem essa condição quando você expõe sua dificuldade”, comenta.

Há sete anos, o servidor teve que fazer um implante do lado esquerdo, devido à calcificação da cóclea. Se isso acontecesse por completo, ele perderia a audição totalmente. Apesar dos riscos, a cirurgia foi bem-sucedida. Nelson, no entanto, teve uma paralisia facial por conta da dificuldade, o que foi superado com a terapia. 

Atualmente com 57 anos, Nelson relata que a audição o afeta tanto profissionalmente quanto na vida familiar. “É algo que nos afasta de grupos e de situações, porque muitas vezes onde tem muita gente, como uma reunião ou um encontro, você até escuta a pessoa falar mas acaba não entendendo e isso acaba causando até um desgaste psicológico”, diz.

Recomendações

O Ministério da Saúde reforça que a perda auditiva pode ser evitada por meio de ações preventivas, como proteger-se contra sons altos, além de manter boas práticas de cuidado do ouvido e de imunização. Pessoas que sofrem ou estão expostas a um risco maior, devem verificar sua audição regularmente. Em muitos casos, se identificada em tempo hábil e com os devidos cuidados, há tratamento.

Existe o termo “escuta segura”, que se refere a um comportamento de escuta que não coloque a audição em risco, aponta o Ministério da Saúde. Isso depende de quanto tempo e com que frequência as pessoas são expostas a sons altos. Por exemplo, uso de fones de ouvido com volume próximo ao máximo, presença em locais de entretenimento (shows, eventos, etc.) e no trânsito.

Nas eleições

Em 2022, das pessoas que declararam ter algum tipo de deficiência no Paraná (83.998 eleitoras e eleitores), 7,6% (7.018 indivíduos) declararam ter deficiência auditiva, segundo o portal de estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nas eleições do ano passado, todas as urnas eletrônicas contaram pela primeira vez com tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), com o objetivo de facilitar a votação para todas as pessoas.

Texto: Carla Tortato 
Revisão: Rogério Carlos Born
Foto: iStock
Tratamento de imagem: João M. R. Santana
Secretaria de Comunicação: Marden Machado
SECOM/TRE-PR

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