Mesárias e mesários com deficiência relatam experiência de participar das Eleições 2024
De acordo com Kauane Rodrigues, mesária com deficiência visual, “as coisas mais inesperadas podem ser as mais interessantes”
Entre os dias 2 e 20 de setembro, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, participou de treinamentos de mesárias e mesários com deficiência em Curitiba, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, São José dos Pinhais, Londrina, Maringá e Cascavel. As capacitações, que também ocorreram em outros municípios do estado, contaram com recursos de acessibilidade como intérprete de língua brasileira de sinais (Libras) e autodescrição dos palestrantes.
Durante o treinamento realizado pela 177ª ZE de Curitiba, Marlon Brandão de Sousa, que tem deficiência visual, relata sua surpresa ao ser convidado para atuar como mesário. “Achei que fosse golpe. Falei: “você tem consciência de que eu não enxergo, né?” e esperava ouvir algo como “desculpa, foi mal”. Mas a pessoa do outro lado respondeu: “sim, por isso mesmo que a gente está contatando você”, recorda. Ele comenta que ficou contente por ter sido escalado sem nenhum tipo de diferenciação. “O TRE-PR nos estendeu a mão de um lado e a gente estendeu do outro”, explica.
Para Gisele Crisostimo Brandão de Sousa, que também tem deficiência visual total, a iniciativa do TRE-PR significa inclusão, diversidade e democracia. Ela conta que já havia sido convocada como mesária algumas vezes em outro estado, mas, quando informava que era cega, era dispensada. “Estamos aqui para colaborar, a expectativa é grande e [...] o Tribunal quer nos incluir, isso é o principal”, lembra.
Kauane Mirian da Silva Rodrigues, estudante de Pedagogia e também cega, classifica a iniciativa de inclusão do TRE-PR como “uma surpresa agradável”. Ela conta que percebeu uma “preparação meticulosa” da Justiça Eleitoral do Paraná para incluir as pessoas com deficiência.
“Os funcionários demonstraram preocupação com a acessibilidade e verificaram se os indivíduos envolvidos conseguiam acessá-lo sem dificuldades”, lembra. Posso dizer que, antes dessa experiência, nunca tinha pensado na possibilidade de atuar como mesária. No entanto, ao aceitar o convite, percebi que as coisas mais inesperadas podem ser as mais interessantes”, reflete.
Segundo Kauane, a experiência foi positiva tanto para mesárias e mesários quanto para eleitoras e eleitores. Da mesma opinião compartilham a juíza da 122ª Zona Eleitoral (ZE) de São Miguel do Iguaçu, doutora Daniela Franco Reis e Silva Sá, e as servidoras e os servidores do Cartório Eleitoral
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