Dia Nacional do Sistema Braille é celebrado nesta terça-feira (8) para conscientizar sobre os direitos das pessoas com deficiência visual

Justiça Eleitoral conta com recursos de acessibilidade para garantir o acesso de todas as cidadãs e todos os cidadãos ao processo democrático

Fotografia de uma urna eletrônica em um fundo escuro. O equipamento, que é branco, tem uma tela ...Dia Nacional do Sistema Braille é celebrado nesta terça-feira (8) para conscientizar sobre os direitos das pessoas com deficiência visual

Nesta quinta-feira (8), é comemorado o Dia Nacional do Sistema Braille, instituído pela Lei n° 12.266/2010, em homenagem ao nascimento do primeiro professor cego do Brasil, José Álvares de Azevedo, que introduziu e ensinou esse método de leitura e escrita tátil no país. A data visa conscientizar a população sobre os direitos das pessoas com deficiência visual e reforçar a importância da produção de conteúdos em relevo, para proporcionar a igualdade de oportunidades a todas as cidadãs e a todos os cidadãos.

O Braille é um sistema de códigos táteis em alto relevo com seis pontos, que compõem 63 combinações diferentes, representando letras, sinais de pontuação, números e palavras. O método - adaptado a vários alfabetos, como o chinês e o guarani - foi adequado para todas as áreas do conhecimento, permitindo a leitura de tabelas e gráficos, equações matemáticas, partituras musicais e estruturas químicas. Atualmente o sistema Braille pode ser utilizado não só no papel mas também em computadores e celulares.

Acessibilidade na Justiça Eleitoral

A Justiça Eleitoral utiliza uma série de recursos para garantir a acessibilidade e a autonomia das pessoas cegas ou com deficiência visual no processo democrático. Desde a sua criação, as urnas eletrônicas contam com teclas antiaderentes, identificação da tecla “5” (de forma similar a um teclado de telefone) e números em alto relevo com alfabeto em Braille. 

As urnas eletrônicas possuem ainda uma configuração de áudio para auxiliar o voto de pessoas cegas. Nas Eleições Municipais de 2024, foi implementado um novo recurso de sintetização de vozque informa os cargos em votação, os números digitados e o nome da candidata ou candidato. A ferramenta “Leticia” foi criada com a colaboração daatriz e cantora Sara Bentes, que nasceu com deficiência visual.

Para auxiliar o eleitorado com deficiência auditiva, as urnas eletrônicas contam também com intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) na tela para informar os cargos que estão em votação no momento. 

A Justiça Eleitoral possibilita ainda que pessoas com deficiência motora ou mobilidade reduzida optem por votar em Seções Eleitorais com infraestrutura adequada (rampas de acesso, portas mais largas e banheiros adaptados). No dia do pleito, os locais de votação contam com coordenadores de acessibilidade e de Libras para prestar atendimentos.

História do sistema Braille

Esse método de leitura e escrita leva o nome do francês Louis Braille (1809-1852). Em 1812, quando tinha cinco anos de idade, ele sofreu um acidente ao brincar na oficina de seu pai, o que o fez perder a visão dos dois olhos. O garoto, que era um estudante exemplar, conseguiu aos 10 anos uma bolsa no Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris, a primeira escola para pessoas cegas do mundo.

No entanto, devido às dificuldades enfrentadas em seus estudos, Louis começou a se preocupar com a implementação de um método de escrita acessível para todos. Ele se inspirou no sistema criado pelo capitão Charles Barbier de la Serre, que, com base em sinais de relevo combinados, transmitia suas ordens militares para os soldados no período da noite. 

Depois de aprender a utilizar o sistema Barbier, Braille identificou seus problemas e passou a pensar em modificações. Entre as mudanças, foram acrescentadas pontuação, números, símbolos matemáticos, acentos e notação musical. Além disso, as combinações ficaram mais simples, o que tornou sua leitura mais rápida. Esse novo método foi concluído em 1824, quando Louis tinha 15 anos de idade (embora tenham sido incorporados novos avanços posteriormente, com sua versão mais conhecida datada de 1837).

Entretanto, em razão da resistência de professores conservadores, que relutavam em abandonar velhos hábitos, o sistema Braille só foi aceito no Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris em 1843. No Brasil, esse método tátil de leitura e escrita foi adotado pelo Instituto Imperial dos Meninos Cegos em 1854, no Rio de Janeiro (RJ). Foi nessa escola, em meados de 1870, que se iniciou a produção nacional de livros em Braille.



Com informações da Biblioteca Virtual em Saúde (Ministério da Saúde)



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